quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O MELHOR LUGAR... (Parte 4)


SERÁ QUE FALTAVA DEUS EM MINHA VIDA?

Talvez você deva estar pensando que eu não passava de uma criança religiosa, que nasceu em berço cristão e se apoiava na fé dos meus pais sem, contudo, ter tido uma experiência genuína de conversão. O que explicaria essa horrenda e pecaminosa apatia à casa de Deus.

Bom, a coisa não é bem assim. Lembro-me claramente da ocasião de minha conversão. Eu tinha três para quatro anos de idade, estava sentado no banco de madeira da igreja, brincando com meus dedinhos no buraco de colocar o cálice da ceia, enquanto o pastor pregava.

O pregador era um pastor convidado, um ex-pai de santo que se convertera e estava contando o seu testemunho de vida. Sei dessa informação porque minha mãe me contou posteriormente, afinal, eu não estava prestando atenção em nada do que ele falava (como de costume), exceto quando ele fez o apelo final de sua mensagem. A intensidade com que ele gritou e o que ele falou, chamou minha atenção: “Quem aqui essa noite quer sair das garras do diabo e viver para sempre com Deus?!”

Interrompi minha brincadeira enquanto aquelas palavras ecoavam no meu ouvido. Olhei instantaneamente para a congregação e fiquei estarrecido! Ninguém levantou a mão! Olhei para os meus pais e... nem eles! O que estava acontecendo com aquele povo?! Ninguém queria sair das garras do diabo?! Ninguém queria viver para sempre com Deus?! Bom, eu sabia o que eu queria e, então, levantei a mão.

No final do culto, aquele pastor me chamou na frente e, com muito carinho a atenção, perguntou qual era o meu nome. “Mig!”, eu respondi. E ele me falou: “De agora em diante, seu nome é Mig de Jesus!”

Como você pode ver, aquilo marcou minha vida. Tanto que, na escola ou em outro lugar que precisavam registrar o meu nome completo, eu o falava acrescentando sempre no final: “de Jesus!”.


Sei que em outras ocasiões (e por diversas vezes) eu manifestei a decisão de aceitar a Jesus na escola dominical (geralmente para agradar as professoras, visto que elas tratavam a gente muito bem depois que nós correspondíamos aos seus apelos), mas tenho para mim que o apelo daquele ex-pai de santo foi um momento especial em minha vida, visto que ainda está nitidamente gravado em minha memória, mesmo depois de tantos anos.

Mas a coisa não parou por aí. Tive muitas e incríveis experiências com Deus ao longo de minha infância. Lembro-me de uma música do CD Louvores da Garotada 2, em que um garoto conta um testemunho de como Deus ouviu sua oração.

Ele diz que ganhou uma bola novinha, mas que desapareceu durante uma brincadeira com seus amigos. Mas ele orou e pediu a Deus que mostrasse onde estava a bola e, quando ele abriu os olhos, a bola estava bem ao seu lado!

Essa curta e inocente história mostrou-me que eu podia contar com Deus para me ajudar em qualquer coisa. Comecei a orar para encontrar brinquedos perdidos, materiais escolares perdidos e até para ganhar partidas de bolinha de gude. E Ele sempre me respondia. Eu amava Deus!

Eu orava toda noite, pedia perdão pelos meus pecados e sabia que sempre podia contar com Deus para tudo! Mas ir a igreja, parecia ser um sacrifício que eu devia fazer por amor a Ele, porque era muito chato!

Estava sinceramente disposto a fazer esse sacrifício a Deus, e tudo ia bem, até que fui confrontado pela história do Joãozinho. Como compreender a necessidade de ir à igreja com alegria?! O que estava de errado comigo?! Por que eu não tinha essa alegria?!


CONTINUA...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O MELHOR LUGAR... (Parte 3)


O SALMISTA É LOUCO OU EU QUE SOU UM PECADOR?

Definitivamente, não havia qualquer empatia entre eu o salmista que compôs esse cântico.

Não me entenda mal, eu gostava do culto infantil e da EBD, eram como o oásis em meio ao deserto (embora achasse que essa última não valia o sacrifício de acordar tão cedo no domingo), mas eu estava chegando na idade em que não poderia mais participar do culto infantil e a outra (e terrível) opção era ficar junto com os adultos no culto e ouvir a pregação do pastor, chata e maçante.

Se a casa do Senhor era de fato a igreja como eu conhecia, não havia qualquer prazer ou alegria em estar ali.

Se ao menos o culto infantil durasse todo o período em que eu estivesse na igreja, se ao menos eu não tivesse que deixá-lo quando atingisse certa idade, talvez assim a igreja fosse um lugar prazeroso...

Mas sempre que eu ouço as palavras “casa de Deus” eu me lembro do diácono com cara de coveiro e olhos vermelhos de raiva, gritando para as crianças: “Não corram na CASA DE DEUS! Olha a falta de respeito!”, ou do pastor com timbre de nana-neném dizendo para sua congregação em tom de advertência: “Façam silêncio. Estamos na CASA DE DEUS!”. Ou, ainda, dos meus pais me beliscando quando eu cochilava, ou quando respondiam ‘não’ às minhas suplicas para beber água e ir ao banheiro, sempre com o seguinte lembrete: “Você está na CASA DE DEUS!”

Se essa é a casa de Deus, acho que tenho motivos para duvidar da sanidade do salmista ao afirmar “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do SENHOR”(Sl 122.1)

Ambiente muito diferente era o dos pic-nics (também chamados de junta-panelas) e acampamentos da igreja. Lá o pessoal corria, os homens jogavam bola, as mulheres conversavam, as crianças se sujavam, comíamos juntos, todos riam contando piadas. No final do dia, fazíamos o culto. Um culto diferente, animado, gostoso de se estar. Mas porque na “casa de Deus” precisava ser diferente?

Não sabia como administrar aquele sentimento terrível; sabia que deveria sentir alegria em ir à igreja mas, simplesmente, não sentia. Estaria o erro comigo?


CONTINUA...

sábado, 23 de outubro de 2010

O MELHOR LUGAR... (Parte 2)

O JOÃOZINHO É BURRO OU EU QUE SOU UM PECADOR?

Como disse anteriormente, não me lembro do final da história do Joãozinho. Não me lembro do final, justamente porque passei o resto da aula perdido em meus pensamentos sobre o que acabara de ouvir:

O Joãozinho era burro?! Como alguém rejeita uma proposta de passeio daquelas? E se fosse para abrir mão de ir ao zoológico em favor de outro passeio tão legal quanto (como ir ao parque, ir à praia ou à fazenda), a gente até pode entender, mas rejeitar esse passeio porque ele quer ir à igreja no domingo... faça-me o favor! Há tantos domingos para ir à igreja, no entanto, não é todo domingo que dá uma louca no seu pai de querer te levar no zoológico. Se fosse comigo eu iria aproveitar, iria para o zoológico sem pestanejar!

A medida que a professora exaltava a decisão de Joãozinho eu me sentia cada vez mais culpado pelos meus sentimentos pecaminosos, por isso, tentei me confortar no seguinte pensamento:

Provavelmente, o pai do Joãozinho não era crente (afinal, que tipo de pai crente quer levar o filho no zoológico justamente no domingo) Por isso, era mais do que obrigação do Joãozinho rejeitar o convite e mostrar ao pai que ele estava comprometido com Jesus, quem sabe assim ele conseguisse com que seu pai se convertesse. Já eu estava isento dessa obrigação! Meus pais eram crentes e todo domingo de manhã tinham o costume de me acordar assobiando um hino que diz “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do SENHOR” (o que me fez detestar esse hino) Por isso, se por um milagre, eles me acordassem domingo de manhã para ir ao zoológico, eu tinha todo o direito de aceitar.

Mas a minha lógica, bem como o meu momentâneo conforto, começaram a ruir quando a professora apresentou o versículo de aplicação da história. Como era mesmo...(?) ah, sim, eu o conhecia muito bem:

Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do SENHOR”

(Sl 122.1)

Seria isso um sinal?


CONTINUA...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O MELHOR LUGAR...


A TERRÍVEL HISTÓRIA DE JOÃOZINHO

Ainda hoje, lembro de muitas histórias que minhas queridas ‘tias’ de EBD contavam quando eu era criança. Muitas delas me fizeram rir, me inspiraram, me emocionaram... mas há uma história que me marcou terrivelmente. E digo ‘terrivelmente’, porque os sentimentos que essa história gerou em mim não foram nada agradáveis.

Era um conto bem simples, daqueles que muitos professores recorrem em cima da hora quando não preparam a lição com antecedência. Contudo, não parecia ser esse o caso daquela professora; ela dramatizava muito bem as falas dos personagens e demonstrava muita familiaridade com o enredo, pois mudava as figuras com muita destreza e na hora certa.

Depois dessa minuciosa descrição da didática de minha professora de EBD você deva estar pensando que eu era uma daquelas crianças chatas, metódicas e perfeccionistas que, vez ou outra, Deus coloca na vida de um professor para prová-lo; mas a verdade é que eu era uma criança normal. E se você é daqueles que acham que para criança qualquer coisa serve, pois elas não percebem nada... Surpresa! Nós percebemos a falta de preparo!

Bom, mas vamos ao que interessa! A historinha era mais ou menos assim:

“Joãozinho, acorda, rápido! Tenho uma surpresa para você!” – disse o pai do menino

“Surpresa, pai?! Oba eu amo surpresas!” – disse Joãozinho, pulando da cama cheio de expectativa.

“Pois é, meu filho! Hoje nós vamos ao zoológico!”

Poxa! Ao zoológico! Eu adoro animais! Ir ao zoológico seria um passeio incrível! Como eu gostaria de estar no lugar do Joãozinho. E a professora instigou ainda mais esse sentimento, fazendo perguntas do tipo: “Quem gostaria de ir ao zoológico hoje?”

Eu esticava minha mão o mais alto que podia, talvez para mostrar o quanto eu me identificava com a história, ou talvez porque, na minha imaginação, a professora tinha uma entrada para o zoológico escondida que daria ao aluno que esticasse a mão mais alto.

“Como vocês acham que o Joãozinho se sentiu?”, continuou a professora. Ela só podia estar brincando! Aquilo era uma pergunta retórica, ou o quê? Éramos crianças, não abobalhados! Era óbvio que Joãozinho estava dando pulos de alegria, afinal, o zoológico era o MELHOR LUGAR para uma criança estar! Por isso, eu e meus companheiros gritamos em coro: “Ele [Joãozinho] ficou muito feliz!”.

Para certificar-se de nossa resposta, a professora imitou o Joãozinho feliz, e perguntou em seguida: “Foi assim que ele ficou?” A situação inusitada nos fez rir (até nos esquecemos do porquê, estranhamente, ela insistia naquela pergunta boba) e, totalmente inocentes, respondemos com mais convicção em meio a risadinhas: “Sim, foi assim que Joãozinho ficou”!

A sentença em seguida, deixou todos atônitos: “Mas Joãozinho não ficou feliz!”, disse a professora em tom de velório.

Houve um breve silêncio na sala e, enquanto todos se perguntavam se Joãozinho estava doente ou alguma coisa parecida, ela continuou, dramatizando a resposta que Joãozinho deu para seu pai.

“Para o zoológico, pai?! Mas hoje é domingo!” – respondeu Joãozinho meio triste, meio confuso.

“Pois é, filho! Hoje é domingo, você não tem aula! Vamos ao zoológico, vai ser um dia incrível!” – disse o pai ainda eufórico.

“Mas pai, hoje é domingo... dia de ir na igreja. Eu não quero ir ao zoológico, eu quero ir à igreja” – disse Joãozinho muito firme e sério.

Lamento frustrar suas expectativas, mas eu não lembro muito bem como termina a história de Joãozinho. No entanto, as intenções da professora eram muito claras; ela poderia ter parado ali, que o efeito daquela história sobre a minha vida teria sido o mesmo.

CONTINUA....

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ministério Infanto-Juvenil

Você trabalha com crianças em sua igreja? Está mais perdido do que cego em tiroteio? Seu estoque de idéias já se esgotou? Você quer gritar: “SOCORRO!!!!!!!!!”?

Então, você veio ao lugar certo. Aorístea é um blogger criado para dar suporte a você, obreiro do ministério infantil.

Não importa sua denominação, aqui você encontrará os mais variados recursos como histórias teatrais, músicas, dicas de brincadeiras, rotinas ministeriais, devocionais e treinamentos.

Seja bem vindo ao Ministério Aorístea! Esperamos que você e seu ministério sejam tremendamente abençoados pois, assim, estaremos cumprindo nossa missão!